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Bate-papo com os correspondentes da RFI Brasil pelo mundo para analisar, com uma abordagem mais profunda, os principais assuntos da atualidade. 3z5j48

Bate-papo com os correspondentes da RFI Brasil pelo mundo para analisar, com uma abordagem mais profunda, os principais assuntos da atualidade.

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Israel em turbulência política: coalizão de Netanyahu pode chegar ao fim
Israel em turbulência política: coalizão de Netanyahu pode chegar ao fim
Episodio en Linha Direta
Os partidos ultraortodoxos judaicos que hoje compõem a coalizão podem abandonar o governo em breve. Pode ser o início de uma crise política capaz de levar à antecipação de eleições em Israel que estão previstas para ocorrer apenas em outubro de 2026. No centro da crise está a necessidade por parte do Exército de Israel de recrutar mais jovens ao serviço militar, o que inclui também os membros da comunidade ultraortodoxa do país que, até agora, são praticamente isentos da convocação.  Henry Galsky, correspondente da RFI em Israel,  Uma reunião entre Yuli Edelstein, presidente do Comitê de Relações Exteriores e Segurança, e representantes dos chamados "haredim", os judeus ultraortodoxos, não produziu qualquer acordo sobre o projeto de lei cujo objetivo é recrutar mais jovens desta comunidade.  Um dos principais líderes espirituais haredi, o rabino Hirsch, pode ordenar em breve a retirada do partido Degel HaTorá, uma das facções do partido Judaísmo Unido da Torá (UTJ), da coalizão de governo. O UTJ no total tem sete membros do Knesset, o parlamento israelense. Sozinho, portanto, a saída do UTJ ainda não seria capaz de derrubar o governo, uma vez que a coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu possui 68 das 120 cadeiras do parlamento.  A expectativa, para além do anúncio, é que o Shas, outro partido da ultraortodoxia judaica, que tem 11 cadeiras, siga o mesmo caminho. Se isso ocorrer, a coalizão perderia um total de 18 cadeiras, portanto ficando em minoria no parlamento e forçando a convocação de novas eleições.  Oposição a Netanyahu se preparaOs judeus ultraortodoxos não querem ter a obrigação de prestar serviço militar, como o restante da sociedade, e defendem que seus jovens se dediquem apenas aos estudos da Torá. Importante dizer que, apesar dessas ideias conceituais, há membros da ultraortodoxia judaica em Israel que servem ao exército.  Em resposta a este movimento político, os partidos de oposição Yesh Atid, Yisrael Beytenu e Os Democratas afirmam que apresentarão um projeto de lei para a dissolução do Knesset na próxima quarta-feira, dando ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu este prazo, até quarta, para tentar resolver a questão, além do período que levaria para o projeto de recrutamento de mais jovens ultraortodoxos ser votado pelo parlamento. De acordo com o Escritório Central de Estatísticas (CBS, em inglês), a população ultraortodoxa representa 13,5% dos cerca de dez milhões de israelenses. A taxa de crescimento atual desta parte da sociedade é de 4%, a maior entre todos os grupos do país. Ao final desta década, a estimativa é que os ultraortodoxos representem 16% da população total. Segundo o Instituto de Democracia de Israel (IDI), a taxa de pobreza é de 44% entre este segmento da sociedade, enquanto entre o restante dos israelenses é de 22%. O barco de GretaNa madrugada de domingo para segunda, a Marinha israelense assumiu o controle do barco Madleen, no qual viajavam a ativista Greta Thunberg e mais 11 pessoas. Não houve confronto entre as forças de Israel e os ageiros.  O Ministério das Relações Exteriores divulgou imagens do convés mostrando soldados de Israel distribuindo água e sanduíches aos ativistas da "Flotilha da Liberdade" e declarou: "Todos os ageiros estão seguros; o show acabou". A embarcação foi direcionada para o porto de Ashdod, no sul de Israel. A partir daí, os ativistas serão deportados para seus países de origem.  O ministro da Defesa Israel Katz orientou ao exército que mostre aos participantes da flotilha o vídeo que registra os ataques cometidos pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023.  Cerca de duas horas antes da abordagem ao navio, ativistas pró-palestinos alegaram que barcos da Marinha israelense estavam cercando a embarcação. Em vídeos postados nas redes sociais, era possível ouvir alarmes disparando. No entanto, depois disso, o brasileiro Thiago Ávila, líder da flotilha, disse que os barcos haviam se afastado.   Durante a viagem do barco de Greta Thunberg, a RFI conversou com uma autoridade militar israelense sobre a possibilidade da embarcação chegar à Faixa de Gaza. De forma anônima, esta pessoa afirmou que isso não iria acontecer. "Não vai chegar", limitou-se a dizer sem dar mais explicações sobre o assunto.  Questionada se não seria possível permitir que o barco atracasse em Gaza com o suprimento de ajuda humanitária que transporta, a fonte disse que esta seria uma decisão complicada a ser tomada, uma vez que poderia incentivar mais embarcações a fazer o mesmo trajeto. 
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Sob tensão política, a marcha mundial pelo orgulho LGBTQ+ acontece na capital americana
Sob tensão política, a marcha mundial pelo orgulho LGBTQ+ acontece na capital americana
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Neste sábado (7), Washington, D.C. sedia pela primeira vez a WorldPride, a maior celebração LGBTQ+ do mundo. O evento, que coincide com os 50 anos do Capital Pride — a tradicional parada da cidade — deveria ser um marco de festa e visibilidade, mas acontece sob um clima de forte tensão política. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York Em seu segundo mandato, o presidente Donald Trump tem promovido uma série de medidas que impactam diretamente a comunidade LGBTQ+, em especial pessoas trans e não-binárias. A atual istração dos EUA baniu mulheres trans do esporte feminino, proibiu cuidados de afirmação de gênero para menores de 19 anos e retirou pessoas trans das Forças Armadas. Além disso, Trump assinou ordens executivas para encerrar programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em agências federais — ações que vêm gerando insegurança até para turistas LGBTQ+. A política do governo também teve efeitos diretos sobre o evento. Artistas e patrocinadores recuaram: a cantora Shakira cancelou sua participação no show de abertura e grandes empresas como Starbucks, Delta, JPMorgan e T-Mobile — tradicionais apoiadoras de paradas anteriores — optaram por não patrocinar esta edição. Um levantamento da Gravity Research apontou que mais de um terço das empresas da Fortune 1000 planejam reduzir o apoio a eventos do Orgulho em 2025, temendo retaliações governamentais, especialmente aquelas que têm contratos com o governo federal. A organização da WorldPride, liderada pela Capital Pride Alliance, reconhece o momento difícil. "Somos trans, pessoas de cor, imigrantes, pessoas com deficiência. O ambiente atual impacta diretamente na decisão de quem vai participar", disse June Crenshaw, vice-diretora da entidade, à NPR. Serão mais de 300 eventosApesar da tensão, o festival mobiliza a cidade com mais de 300 eventos espalhados por três semanas, desde festas, mostras de cinema e atividades culturais até conferências de direitos humanos e encontros voltados a militares LGBTQ+. O encerramento neste fim de semana inclui um desfile no sábado e um show com Jennifer Lopez, Cynthia Erivo e Doechii. A expectativa é de que centenas de milhares de pessoas compareçam, mesmo com a redução do público internacional. E o impacto nas delegações estrangeiras é visível. Corais LGBTQ+ de outros países, por exemplo, decidiram cancelar a participação no festival de música que ocorre paralelamente à WorldPride. "As políticas anti-trans e anti-queer do governo fizeram muita gente lá fora se sentir indesejada", disse à NPR Zac, integrante do Coro Gay de Washington. Funcionário federal, ele preferiu não divulgar seu sobrenome por medo de represálias. Washington, D.C., tem tradição de envolvimento político nos eventos LGBTQ+ — e este ano não é exceção. A escolha da capital americana como sede da WorldPride carrega um peso simbólico ainda maior em 2025. No início do ano, Trump anunciou que assumiria o comando do Kennedy Center, um dos principais centros culturais da cidade. A organização da WorldPride reagiu rapidamente e transferiu os eventos que aconteceriam lá para outros locais, após ouvir preocupações da comunidade trans e drag, que disseram não se sentirem mais bem-vindas no espaço. Outro episódio controverso foi a tentativa do Serviço Nacional de Parques (NPS) de fechar o DuPont Circle durante o fim de semana do desfile — uma área central para a vida queer de D.C. e palco tradicional das manifestações de orgulho. A justificativa era “preservar monumentos históricos”, com base em uma ordem executiva do próprio Trump. A decisão, no entanto, foi revertida em menos de 24 horas, após reação imediata de autoridades locais. A chefe da Polícia Metropolitana, Pamela Smith, afirmou em entrevista coletiva que o plano de segurança do evento está em construção há mais de um ano. Ele inclui o aumento da presença policial em toda a cidade, unidades especializadas e o apoio de forças de segurança de distritos vizinhos. A WorldPride 2025 em D.C. acontece, assim, como um reflexo direto da polarização nos Estados Unidos — em que a resistência da comunidade LGBTQ+ se mistura ao receio, à retirada de apoios e a uma vigilância constante do cenário político. Ao mesmo tempo em que celebra a diversidade, o evento deste ano expõe as fragilidades institucionais em torno da proteção dos direitos humanos no país que se apresenta como líder democrático global.
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Saiba mais sobre a vida em Singapura, um dos lugares mais caros do mundo
Saiba mais sobre a vida em Singapura, um dos lugares mais caros do mundo
Episodio en Linha Direta
Neste mês de agosto, a cidade-Estado de Singapura completa 60 anos de independência da Malásia. De uma ilha sem recursos naturais e cheia de incertezas, tornou-se uma potência financeira global, reconhecida por sua eficiência, segurança e qualidade de vida. Mas viver em Singapura tem um custo — e dos altos. Moradia, transporte e alimentação pesam no bolso. Fernanda Nidecker, correspondente da RFI em Singapura Em 2023, Singapura foi classificada pela Economist Intelligence Unit (EIU) como a cidade mais cara do mundo, ao lado de Nova York. O ranking avalia preços de mais de 200 produtos e serviços em 173 cidades. Morar na cidade custa — e muito. Alugar um apartamento simples com dois quartos em um bairro central pode ultraar 5 mil dólares singapurenses por mês, o equivalente a R$ 20 mil. A alimentação também pesa. Um litro de leite sai por cerca de R$ 16, e um quilo de tomate pode chegar a R$ 44. A razão é simples: Singapura importa mais de 90% dos seus alimentos. Com pouco espaço e clima inadequado para grandes plantações, o país importa quase tudo da Malásia, Austrália, Indonésia, China, Estados Unidos e até da Europa. O Brasil também tem papel de destaque e é o maior fornecedor de frango para o país. Quase metade do frango consumido em Singapura vem do Brasil — processado por empresas como BRF e JBS. E não é só comida: até a água potável é importada. A maior parte vem da Malásia, complementada por sistemas de dessalinização e pela chamada NEWater — água reciclada para uso doméstico e industrial. Segurança, carros a preço de PorscheSingapura é segura — muito segura. Aqui, todo mundo anda pela rua falando ao celular, usa o próprio telefone para segurar mesa enquanto aguarda na fila do café. Os índices de violência são extremamente baixos. Em 2023, foram registrados menos de 600 crimes violentos em toda a cidade, que tem quase 6 milhões de habitantes. O governo mantém esse controle com leis rígidas, câmeras por toda parte e um sistema judicial eficiente. Atos como vandalismo e tráfico de drogas podem levar à prisão ou até à pena de morte. E até quem importa, vende ou mastiga chiclete pode ser multado em até 10 mil dólares singapurenses e pegar um ano de cadeia. Tudo em nome da limpeza pública e da preservação dos espaços urbanos. Para quem pretende dirigir em Singapura, é necessário preparar o orçamento. O governo exige a aquisição do Certificate of Entitlement (COE) — um certificado obrigatório para registro e posse de veículos no país. O valor desse documento pode ultraar R$ 480 mil e, somado ao custo do automóvel em si, como um modelo comum da Toyota, o total pode superar os R$ 600 mil. Mas o objetivo do COE vai além do preço. Criado nos anos 90, o sistema existe para controlar a quantidade de carros nas ruas de uma cidade pequena e densamente povoada. Emitindo apenas um número limitado de certificados por mês, o governo consegue manter o trânsito fluindo. O COE também tem uma função ambiental importante: ao limitar o número de carros, reduz-se a emissão de poluentes e melhora-se a qualidade do ar. Junto com incentivos a carros elétricos e transporte público eficiente, a medida ajuda Singapura a manter seu compromisso com a sustentabilidade. O resultado são trânsito ordenado, metrôs pontuais e um dos melhores sistemas de transporte público do mundo. 60 anos de independência: conquistas e novos desafiosDesde a sua separação da Malásia em 1965, Singapura foi liderada com mão firme por Lee Kuan Yew, seu primeiro-ministro fundador. Ele transformou um porto colonial em uma potência global. Nas décadas seguintes, o país cresceu a taxas chinesas, apostando em educação, tecnologia, infraestrutura e estabilidade política. Hoje, Singapura compete diretamente com Dubai e Hong Kong como centro financeiro e tecnológico da Ásia. Mas enfrenta desafios: o aumento do custo de vida afeta principalmente os mais jovens. A cidade também impõe restrições à entrada de estrangeiros, o que dificulta a vida de muitas famílias expatriadas. Por exemplo, cônjuges de profissionais com visto de trabalho — o chamado Employment — não podem trabalhar automaticamente, dependendo de autorizações extras e difíceis de conseguir. Além disso, a cidade-Estado precisa equilibrar sua posição global com o crescimento de vizinhos como Indonésia e Vietnã, que atraem empresas com custos mais baixos. Ainda assim, Singapura segue entre os líderes: foi considerada a terceira cidade mais feliz do mundo em 2024, segundo pesquisa da Ipsos, ficando atrás apenas de Zurique e Sydney. Segurança, oportunidades e qualidade de vida continuam sendo os maiores atrativos. Com 60 anos de história, Singapura mostra que tamanho não define ambição. Pequena no mapa, gigante em resultados — mas com um custo à altura. Para quem sonha em morar aqui, vale lembrar: qualidade de vida tem seu preço. E por aqui, ele é bem alto.
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Sintonia de Lula e Macron é grande, mas não vence barreira sa ao acordo UE-Mercosul
Sintonia de Lula e Macron é grande, mas não vence barreira sa ao acordo UE-Mercosul
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega à França na tarde desta quarta-feira (4) e até o dia 9 de junho seguirá uma agenda que prevê vários compromissos ao lado do colega Emmanuel Macron. Uma parceria que vai render ampliação de parcerias bilaterais e reforço no discurso em defesa do meio ambiente, importante para Lula que será anfitrião, este ano, da COP30. Analistas ouvidos pela RFI, no entanto, dizem que não deve haver avanços em outro tema sensível para o brasileiro, o acordo Mercosul-União Europeia. Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília O Brasil sob a gestão Lula e a França com a presidência de Macron estão do mesmo lado em várias batalhas internacionais sem armas. Da condenação aos ataques israelenses na faixa de Gaza à regulação das big techs, ando pela defesa da democracia e de organismos multilaterais nas áreas de comércio e saúde, os dois presidentes compartilham hoje de visões e atuações geopolíticas, reforçadas pela nova ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos. Mas o que já é visto como uma alternativa viável por alguns países europeus frente à instabilidade tarifária mundial e às guerras, ainda é o calcanhar de Aquiles na relação entre o brasileiro e o francês: o Acordo Mercosul-União Europeia. “O tratado entre os dois blocos é muito difícil de ser concretizado. Lula tem poucas chances de convencer Macron. O presidente francês não pode se reeleger, mas ele teme o avanço da extrema direita no seu país e na Europa como um todo. E parte dos votos dos protecionistas pode ir, nessa conjuntura de liberalização de comércio com o Mercosul, justamente para esse campo político”, afirmou o analista internacional Vinícius Vieira, professor da FAAP e FGV. Outro especialista internacional, Roberto Goulart Menezes, professor da Universidade de Brasília, afirmou que alguns gargalos até foram superados, mas a situação interna sa realmente pesa bastante: “O acordo EU-Mercosul ganha um novo sentido com o tarifaço de Donald Trump. E tem mobilizado autoridades dos dois lados. Mas o país que mais resiste é a França. Nós vimos recentemente protestos de agricultores ses e vemos alguns setores produtivos de lá colocando dificuldades na negociação. Além disso, a extrema direita tem sido ofensiva contra o tratado e mobiliza parte da sociedade sa”, avalia Menezes. Meio ambienteCom Donald Trump encabeçando o esvaziamento da pauta verde, Lula precisa reforçar o peso diplomático em torno de assuntos como transição energética e mercado de carbono, especialmente de olho no principal evento ambiental do ano, que é a COP30 no Brasil. E a visita a Macron é considerada por integrantes do governo importante para isso, já que a pauta ambiental é outro denominador comum entre os dois presidentes “Ambos defendem o multilateralismo, a promoção de valores democráticos e uma ordem internacional mais equilibrada. Mas o tema mais imediato que aproxima ambos os líderes é a agenda climática. E Lula precisa, e está buscando, construir alianças com outros países relevantes do mundo, em especial países europeus, como a França e a Alemanha, para dar densidade e legitimidade à liderança brasileira nesse processo climático”, destacou Laerte Apolinário, da PUC/SP . O analista internacional disse que Lula e Macron já pediram que países apresentem novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) antes da COP30 e considera que a parceria é crucial nessa seara. “A gente tem visto que com o desmonte da agenda ambiental por parte do governo Trump e, em especial, da agenda climática, Lula tem procurado se articular com outros líderes para promover a COP e, mais do que isso, manter vivas as ambições do acordo de Paris. Nesse contexto, a França acaba se tornando um aliado importante”, afirmou Apolinário.
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Reino Unido anuncia maior investimento em defesa desde o fim da Guerra Fria
Reino Unido anuncia maior investimento em defesa desde o fim da Guerra Fria
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Doze novos submarinos nucleares serão construídos. A ameaça mais imediata à Europa e que não pode ser ignorada, nas palavras do primeiro-ministro Keir Starmer, é a Rússia de Vladimir Putin, com as lições tiradas desde o início da guerra na Ucrânia. Yula Rocha, correspondente da RFI em Londres O líder trabalhista anunciou o novo plano de segurança na segunda-feira (2) ao dizer que o mundo entrou em uma nova era de ameaças que demandam uma nova era de defesa. O governo britânico quer tornar as forças armadas do país dez vezes mais letais, combinando tecnologia de drones, inteligência artificial e a tradicional artilharia pesada e tanques, além da construção de doze novos submarinos capazes de deter ameaças nucleares e seis novas fábricas de munições. UrgênciaO discurso de Starmer deixou claro que os britânicos devem estar prontos para o combate, ou seja, preparados para uma guerra. Há informações da inteligência europeia de que a Rússia pode atacar um país-membro da OTAN - a aliança militar da Europa, Estados Unidos e Canadá - já nos próximos dois ou três anos. De acordo com a aliança, o ataque a um país membro é um ataque a todos os 32 países da OTAN que podem responder militarmente. Mas a verdade é que a infraestrutura do Reino Unido, assim como de outros países da Europa, já tem sido alvo de ataques cibernéticos recentes e frequentes. Foram 89 ataques significativos à Grã-Bretanha no ano ado. Investimento nuclearO governo britânico vai investir 15 bilhões de libras esterlinas, mais de R$ 115 bilhões no programa de produção de ogivas nucleares. O aumento previsto em defesa é de 2,3% a 2,5 % do PIB em 2027, com a ambição de chegar a 3% do PIB nos próximos dez anos. O valor não deve impressionar a OTAN. A organização propõe que os países gastem 5% de seu PIB em defesa ou segurança até 2032, uma pressão do presidente norte-americano, Donald Trump. O Reino Unido e a França são  considerados potências militares da Europa e, portanto são cobrados a investirem mais. O líder trabalhista não descartou novos cortes em ajuda humanitária, parte do esforço diplomático e de desenvolvimento social a países vulneráveis, que na opinião de muitos especialistas é tão importante quanto defesa e segurança. AmeaçasA China foi citada, mas de uma forma cuidadosa. O país é descrito como um “desafio sofisticado e persistente”, uma potência nuclear que tem modernizado seu arsenal com desenvolvimento de mísseis capazes de atingir o Reino Unido. Coreia do Norte e Irã também são vistos como ameaças cibernéticas diretas. O discurso de Starmer foi feito em uma fábrica de navios em Glasgow, na Escócia, em uma plataforma com a frase “Garantindo o Futuro da Grã-Bretanha”, um futuro, nas palavras dele, de ameaças cada vez mais sérias, imediatas e mais imprevisíveis desde a Guerra Fria.
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Aliado de Trump, nacionalista Karol Nawrocki vence eleição presidencial na Polônia
Aliado de Trump, nacionalista Karol Nawrocki vence eleição presidencial na Polônia
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O nacionalista Karol Nawrocki, candidato apoiado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), é o novo presidente da Polônia. Nawrocki venceu a eleição por uma vantagem mínima, com 50,89% dos votos, contra seu adversário, o prefeito liberal de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, que obteve 49,11% dos votos e é aliado do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk. De acordo com dados oficiais, este segundo turno teve uma participação recorde de 71,7% do eleitorado. Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas A eleição presidencial na Polônia, vencida pelo nacionalista Karol Nawrocki, foi acirrada e disputada voto a voto. “Vamos salvar a Polônia, não vamos permitir que o poder de Donald Tusk seja completo, Nawrocki disse em seu discurso logo após o fechamento das urnas. Na noite de domingo, as primeiras projeções apontavam o prefeito de Varsóvia, o liberal Rafal Trzaskowski, como vencedor, que inclusive chegou a reconhecer sua vitória. Segundo especialistas, era impossível prever o resultado deste segundo turno, pois uma mudança mínima poderia desequilibrar a balança. De acordo com o instituto de pesquisa IPSOS, Trzaskowski venceu nas cidades (67,8%) e Nawrocki no campo (63,4%). Duas Polônias totalmente opostas se enfrentaram nas urnas, com votos extremamente polarizados. Quase 90% dos eleitores do candidato da extrema direita Slawomir Mentzen, que obteve 14,8% no primeiro turno, votaram em Nawrocki. Sem esperança de uma mudança política significativa no país, os jovens também preferiram votar no nacionalista. Abalo político para a UEA vitória do nacionalista Karol Nawrocki, até então desconhecido no cenário político polonês, representa um enorme abalo político para Bruxelas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse esperar ter uma “cooperação muito boa” com Nawrocki. Apoiado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), que governou a Polônia de 2015 a 2023, o eurocético Nawrocki costuma afirmar que a União Europeia é muito invasiva. Ele deve restringir as ambições europeias da Polônia, e uma das primeiras vítimas será o governo do primeiro-ministro Donald Tusk, que prometeu levar a Polônia de volta ao “palco europeu”. Tusk sai fragilizado destas eleições e terá dificuldades para concretizar suas reformas e restaurar o Estado de direito no país. Na Polônia, o chefe de Estado não governa, mas pode bloquear leis, se opor a nomeações e criar obstáculos, como acontece na coabitação turbulenta entre o ainda presidente, o conservador Andrzej Duda, e o premiê Tusk. Alinhado ao PiS, Duda tem barrado as reformas propostas por Tusk, em particular o restabelecimento da independência dos juízes. É provável que Nawrocki convoque novas eleições parlamentares, que só deveriam acontecer em 2027. Dessa maneira, o PiS — que esteve no comando do país por quase uma década — poderá voltar a se fortalecer politicamente para formar um governo de oposição a Bruxelas. ado sombrio com submundo da máfiaKarol Nawrocki, 42, nasceu e cresceu nos subúrbios de Gdansk, maior cidade portuária da Polônia, ao norte do país. Historiador de formação e ex-pugilista amador, o nacionalista tem um ado sombrio e é acusado de ter ligações com o submundo da máfia de Gdansk, incluindo a prostituição. O próprio Nawrocki itiu ter participado de brigas de hooligans do futebol, aprimorando suas habilidades de boxeador. Foi diretor do Museu da Segunda Guerra Mundial em Gdansk, em uma gestão bastante criticada por acadêmicos. Atualmente, preside o Instituto da Memória Nacional, que investiga o nazismo e crimes da era comunista. Ele se apresenta como um defensor dos valores tradicionais poloneses, cético em relação ao bloco europeu e irador do presidente americano Donald Trump, de quem recebeu apoio nas eleições. Nawrocki liderou uma campanha que misturou ressentimento à história do país. Com o slogan “Polônia primeiro, poloneses primeiro”, atraiu o voto dos eleitores contrários à presença de mais de um milhão de refugiados ucranianos no país. Conhecido por seu estilo seco e direto, a ascensão de Karol Nawrocki é o símbolo de uma Polônia fraturada. Menos apoio à UcrâniaA Polônia se viu em uma encruzilhada nestas eleições, por ter que definir o seu lugar na Europa. Fortalecida por uma economia próspera e pela sua importância estratégica na resistência à guerra da Rússia contra a Ucrânia, Varsóvia se transformou, nos últimos dois anos, em uma das capitais mais próximas da União Europeia. Mas a relação com Bruxelas deve mudar com a vitória de Nawrocki. Em meio aos crescentes temores de segurança devido à guerra na vizinha Ucrânia, os poloneses se sentem mais vulneráveis, embora tenham uma das forças armadas mais poderosas do bloco europeu. Nawrocki, que se opõe à entrada do país na Otan, acredita que o apoio de Varsóvia a Kiev precisa ser reduzido. No mês ado, Nawrocki afirmou que “a Ucrânia não demonstrou gratidão pelo que os poloneses fizeram” e acusou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de insolência.
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Macron defende reconhecimento de um Estado palestino: "dever não apenas moral, mas uma exigência política"
Macron defende reconhecimento de um Estado palestino: "dever não apenas moral, mas uma exigência política"
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O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta sexta-feira (30) que o reconhecimento de um Estado palestino “não é simplesmente um dever moral, mas uma exigência política e realista”. Macron afirmou que os europeus teriam que “adotar uma postura coletiva mais rígida” contra Israel, “se não houver uma resposta à altura da situação humanitária nas próximas horas e dias” na Faixa de Gaza, disse o presidente francês em coletiva de imprensa em Singapura. Com colaboração de Fernanda Nidecker, de Singapura, O líder francês listou ainda uma série de medidas que serão discutidas durante uma Conferência internacional na ONU, prevista entre 17 e 20 de junho em Nova York, que será copresidida pela França e pela Arábia Saudita. "A criação de um Estado palestino (...) que reconheça Israel e seu direito de viver em segurança, e a criação de uma arquitetura de segurança na região, são o único resultado desejável para a segurança de todos e o único que garantirá a paz na região", detalhou Macron na coletiva realizada ao lado do primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong.  Macron defendeu ainda a libertação dos reféns, a desmilitarização do Hamas, a não participação do Hamas no novo Estado e a reforma da Autoridade Palestina. Giro asiáticoO presidente francês, Emmanuel Macron, encerra nesta sexta-feira uma turnê de seis dias pelo Sudeste Asiático. O objetivo da viagem é estreitar os laços comerciais da França com a região, num momento em que as medidas tarifárias do presidente americano, Donald Trump, pressionam a União Europeia e também os paises exportadores locais. A turnê começou no Vietnã, no domingo (25), onde Macron assinou contratos que somam mais de 9 bilhões de euros, em áreas como aviação, defesa, energia e tecnologia. De Hanói, o presidente seguiu para a Indonésia e, agora, está em Singapura. Influências e parceriasEmmanuel Macron chegou na noite de quinta-feira a Singapura para uma visita de Estado de dois dias. A agem comemora os 60 anos de relações diplomáticas entre França e Singapura — como informou o Ministério das Relações Exteriores do país.  Hoje, o presidente francês participou de uma cerimônia oficial no Parlamento e se encontrou com o presidente de Singapura, Tharman Shanmugaratnam, e com o primeiro-ministro, Lawrence Wong. Durante a visita, os dois líderes acompanharam a de vários acordos de cooperação em áreas como defesa, segurança, justiça, inteligência artificial e transportes. Em abril, Macron e Wong já tinham demonstrado interesse em reforçar ainda mais essa parceria — com planos de transformar a relação entre os dois países numa Parceria Estratégica mais ampla. A França é hoje o segundo maior parceiro comercial de Singapura dentro da União Europeia, no comércio de bens. Em 2024, essa troca movimentou 21,5 bilhões de dólares de Singapura. À noite, pelo horário local, Macron faz o discurso de abertura do Diálogo de Shangri-La — o principal fórum da Ásia sobre segurança e defesa. É a primeira vez que um líder europeu abre a conferência, e o presidente francês deve aproveitar o momento para reforçar o papel da França — e da Europa — como defensores da cooperação internacional e de um comércio global baseado em regras. Segundo o Palácio do Eliseu, o tom do discurso deve ser um contraponto às táticas comerciais mais coercitivas e predatórias adotadas pelos Estados Unidos e pela China. França como terceira via A visita de seis dias faz parte de uma estratégia mais ampla sobre como a França tenta expandir sua influência no Sudeste Asiático.  Macron quer apresentar Paris como uma alternativa de parceria — tanto em segurança quanto na economia — para os países da região, num momento em que as tensões entre China e Estados Unidos só aumentam. E isso preocupa os governos locais, que não querem ser forçados a escolher um lado. Durante a agem por Jacarta, o presidente francês reafirmou o fortalecimento das relações econômicas e de defesa entre França e Indonésia. Os dois países am uma série de acordos importantes, incluindo uma carta de intenção para a compra de 42 caças Rafale, dois submarinos Scorpène e 13 radares de longo alcance da Thales. Mas a parada na Indonésia teve um peso político ainda maior do que comercial. O presidente indonésio, Prabowo Subianto, sinalizou uma possível mudança diplomática: ele disse que a Indonésia poderia reconhecer Israel — desde que o país reconheça primeiro um Estado palestino soberano. Macron recebeu bem a proposta, como parte de um esforço mais amplo para promover a paz no Oriente Médio. Prabowo elogiou o compromisso da França em buscar uma solução pacífica para o conflito e declarou: “A França continuará apoiando os os rumo à independência da Palestina e vai seguir pressionando por um cessar-fogo imediato em Gaza.” No Vietnã, primeira etapa da viagem, Macron assinou contratos que ultraam 9 bilhões de euros em setores como aviação, defesa, energia e tecnologia. Entre os principais contratos assinados está a venda de 20 aviões Airbus A330neo para a companhia vietnamita VietJet — um reforço ao memorando firmado no ano ado.  A Airbus Defence and Space também fechou uma declaração de intenções com o governo do Vietnã para desenvolver um novo programa de satélites de observação da Terra. Além da aviação e da área espacial, os acordos fechados no Vietnã também envolvem energia nuclear, transporte ferroviário e marítimo, e o fornecimento de vacinas pela farmacêutica sa Sanofi. A delegação sa é de peso. Com Macron e a primeira-dama, Brigitte, vieram os ministros da Economia, Defesa, Relações Exteriores, Cultura e a responsável por inteligência artificial — além de outras autoridades de alto escalão. Mas o início da viagem foi marcado por um momento constrangedor. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra Macron levando um empurrão no rosto, aparentemente da própria esposa, ao desembarcar no aeroporto de Hanói no domingo. Inicialmente, o Palácio do Eliseu negou a veracidade do vídeo, mas depois minimizou o episódio, dizendo que foi apenas uma “brincadeira de casal” antes do início oficial da turnê.
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Justiça climática: a derrota com sabor de vitória de um peruano contra uma empresa alemã
Justiça climática: a derrota com sabor de vitória de um peruano contra uma empresa alemã
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Uma decisão tomada por um tribunal alemão na tarde desta quarta-feira (28) abriu um precedente inédito para a responsabilização de empresas poluentes pelos efeitos das mudanças climáticas. A corte da cidade de Hamm analisou o pedido de indenização de um agricultor peruano pelos efeitos das mudanças climáticas em sua propriedade nos Andes. Ele exigia uma compensação de uma empresa de energia da Alemanha. Gabriel Brust, de Dusseldorf, O tribunal decidiu que a empresa de energia alemã RWE não é responsável pelos riscos que a propriedade do agricultor Saúl Luciano Lliuya estaria correndo na cidade de Huaraz, no Peru. Lliuya alegava que, por causa do derretimento do gelo nos Andes, o lago Palcacocha poderia transbordar a qualquer momento, inundando sua propriedade. O caso pode parecer uma derrota para o peruano e para os ativistas que o apoiam, não fosse por um detalhe: o tribunal reconheceu que empresas emissoras de CO₂ como a RWE podem, sim, ser responsabilizadas por este tipo de situação. Apenas decidiu que, neste caso em específico, não havia um risco real para a propriedade do requerente. 10 anos de batalha judicialO caso de Saúl Luciano Lliuya contra a multinacional de energia alemã RWE já se estendia por uma década e contava com apoio da organização ambiental alemã Germanwatch. A advogada que representa o agricultor peruano, a alemã Roda Verheyen, usou como referência um estudo de 2013 que posiciona a empresa RWE como a maior emissora de CO₂ da Europa, sendo responsável também por 0,5% das emissões em todo o planeta. Daí o pedido de uma indenização no valor de 17 mil euros - esse seria o valor proporcional aos 0,5% de responsabilidade da RWE. Ou seja, outros 99,5% da indenização deveriam vir de outras empresas poluentes. A causa foi considerada uma vitória para a chamada “justiça ambiental” basicamente porque o tribunal reconheceu que existe fundamento em responsabilizar empresas emissoras de CO₂ por potenciais efeitos catastróficos das mudanças climáticas. É a primeira vez que isso acontece e, portanto, cria jurisprudência para que outros casos sejam, pelo menos, aceitos e analisados por tribunais. Este é o único processo no mundo por responsabilidade corporativa por riscos climáticos que chegou até uma audiência probatória. Empresa se defendeNo caso da cidade de Huaraz, no Peru, os moradores querem que as empresas poluentes paguem por um plano de proteção da população contra o possível transbordamento do lago Palcacocha, que tem aumentado seu volume ano após ano devido ao degelo da cordilheira dos Andes. Uma tragédia como esta já aconteceu na região em 1941, matando centenas de pessoas. Mas depois de analisar tecnicamente o caso, inclusive fazendo uma visita até o local, o tribunal alemão considerou que não existe um risco real ao povoado. A RWE alega que não tem nenhuma atividade no Peru e que sempre cumpriu com a regulamentação alemã de emissões de poluentes. Em um comunicado, a empresa afirma que, "se tal alegação existisse sob a lei alemã, qualquer pessoa que dirigisse um carro, por exemplo, poderia ser responsabilizada”. A advogada do peruano afirma já ter sido contatada por pessoas afetadas pelas mudanças climáticas em Bangladesh, Nepal, Paquistão, Estados Unidos, Tailândia e Indonésia, abrindo espaço para novas ações similares a partir de agora.
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Entenda o impacto da suspensão de vistos para estudantes estrangeiros nos Estados Unidos
Entenda o impacto da suspensão de vistos para estudantes estrangeiros nos Estados Unidos
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A suspensão da emissão de vistos para estudantes estrangeiros nos Estados Unidos pode representar o golpe mais severo já aplicado contra o sistema universitário americano. A medida, anunciada pela istração Trump nesta terça-feira (27), paralisa o ingresso de novos alunos internacionais, atingindo diretamente instituições tradicionais e prestigiadas, como Harvard. Além de prejudicar milhares de estudantes — incluindo brasileiros —, a decisão ameaça a economia local e compromete o desenvolvimento científico do país. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York O que está acontecendo com os vistos para estudantes estrangeiros?Na última terça-feira (27), o governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão imediata das entrevistas para concessão de vistos nas categorias F, M e J — que abrangem estudantes universitários, técnicos e intercambistas — em todas as embaixadas e consulados americanos no mundo. A medida gera forte impacto no meio acadêmico internacional. De acordo com um memorando do Departamento de Estado obtido pelo site Politico, a suspensão faz parte da implementação de um novo processo de verificação, que inclui uma análise detalhada das redes sociais dos candidatos a vistos. Em outras palavras, o governo quer checar o conteúdo publicado pelos estudantes nas redes antes de conceder a permissão para entrar nos EUA. O documento, assinado pelo secretário de Estado Marco Rubio, determina que, com efeito imediato, não sejam agendadas novas entrevistas para os vistos nas categorias citadas. As entrevistas previamente marcadas ainda ocorrem, mas não há previsão para a retomada dos agendamentos. Qual influência do conflito entre o governo Trump e Harvard na suspensão?Essa decisão faz parte de um conflito mais amplo entre a istração Trump e a Universidade Harvard, que ganhou força recentemente. Poucos dias antes da suspensão dos vistos, o governo revogou a autorização da universidade para itir estudantes estrangeiros. Segundo uma carta assinada por Kristi Noem, secretária do Departamento de Segurança Interna, Harvard não poderá mais aceitar alunos internacionais enquanto a investigação em curso permanece aberta. O governo acusa a universidade de incentivar o antissemitismo e atividades ligadas ao terrorismo no campus. Essa ofensiva tem consequências econômicas significativas: o governo já congelou mais de 3,2 bilhões de dólares em bolsas e contratos federais destinados à universidade e ameaça até a retirada de sua isenção fiscal. Qual o impacto para os estudantes brasileiros?O Brasil é hoje um dos maiores exportadores de estudantes para os EUA, ocupando o 9º lugar no ranking mundial segundo o relatório Open Doors 2024, realizado pelo Departamento de Estado americano. Atualmente, cerca de 16.877 brasileiros estão matriculados em instituições norte-americanas — número que cresceu em relação a 2023. Esses estudantes que já estão matriculados não devem ser imediatamente afetados pela suspensão dos vistos. Porém, quem está na fase de solicitação do visto, ou pretendia começar os estudos ainda este ano, terá seus planos interrompidos por tempo indeterminado. É importante destacar que a medida não atinge apenas estudantes universitários. Vistos para programas de curta duração, intercâmbios culturais e cursos de idiomas também estão suspensos, afetando uma gama ainda maior de jovens brasileiros. Além do congelamento, quais outras sanções foram impostas a Harvard?Além do congelamento da emissão de vistos, o governo Trump anunciou um corte severo nos contratos federais com Harvard, cancelando acordos com nove agências governamentais, que somam aproximadamente U$ 100 milhões. Uma carta da istração de Serviços Gerais dos EUA (GSA), enviada às agências federais, ordena o encerramento imediato desses contratos e orienta a busca por fornecedores alternativos. Essa medida foi descrita por um funcionário da Casa Branca como uma “ruptura completa” da histórica relação comercial entre o governo e Harvard, que se estende por décadas. Desde o mês ado, o governo já havia congelado cerca de U$ 3,2 bilhões em bolsas e contratos ligados à universidade, além de tentar bloquear o ingresso de estudantes internacionais. No início de maio, quando o governo solicitou formalmente à universidade dados detalhados sobre seus estudantes estrangeiros, Harvard respondeu se apoiando na Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão. Além disso, a universidade afirmou que já entregou todos os dados exigidos por lei e qualificou a pressão do governo como uma tentativa de interferência indevida, que visa alterar o conteúdo dos cursos e o perfil do corpo docente. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, ampliou a solicitação para incluir vídeos que mostrem estudantes estrangeiros participando de protestos ou atividades ilegais dentro, ou fora do campus. Especialistas em privacidade alertam que, embora o programa federal de vistos exija que mudanças no status acadêmico ou ações disciplinares graves sejam informadas, a lei proíbe normalmente o compartilhamento de dados estudantis sem ordem judicial. Quais outras universidades também foram atingidas pela ofensiva de Trump?A ofensiva contra Harvard faz parte de um plano mais amplo do governo Trump para “reorganizar” o ensino superior nos EUA, visto por ele como dominado pelo que chama de “ideologia woke” (combater  um termo que engloba políticas de diversidade, questões de gênero, e manifestações estudantis, incluindo protestos contra o antissemitismo) hostil aos conservadores. Universidades como Columbia, NYU, Johns Hopkins e Carnegie Mellon também estão na mira, por sua alta proporção de estudantes estrangeiros. Columbia, por exemplo, teve cerca de 400 milhões de dólares em fundos federais congelados, e ativistas foram detidos no campus. O que antes era visto como sinal de prestígio internacional ou a ser interpretado pelo governo como vulnerabilidade. Como isso afeta a comunidade acadêmica americana?A suspensão dos vistos para estudantes estrangeiros tem impacto que vai muito além do prejuízo aos próprios estudantes. A educação superior é um dos principais instrumentos do soft power dos EUA e gera mais de U$ 43 bilhões em receita anual para a economia americana. Mais de 1,1 milhão de estudantes internacionais circularam pelo país durante o ano letivo de 2023-2024, movimentando não só as universidades, mas também o mercado local — com gastos em moradia, alimentação, transporte e lazer. Além disso, os estudantes estrangeiros costumam pagar mensalidades bem mais altas do que os americanos, que frequentemente contam com bolsas e descontos por serem residentes. Em muitos casos, a receita gerada por um estudante internacional equivale ao valor pago por um aluno americano e meio. Portanto, a redução na entrada de estudantes estrangeiros pode afetar diretamente a sustentabilidade financeira das universidades e prejudicar o o dos estudantes americanos, que têm suas mensalidades subsidiadas por essa receita extra.
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Dinamarca quer proibir influenciadores digitais de promover fast food para crianças
Dinamarca quer proibir influenciadores digitais de promover fast food para crianças
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O governo dinamarquês quer aprovar uma legislação que proíba anúncios — inclusive campanhas com influenciadores digitais — que promovam alimentos e bebidas não saudáveis para crianças menores de 15 anos. A medida surge após campanhas publicitárias de influenciadores populares entre o público jovem, no país escandinavo, serem usadas para divulgar produtos como batatas fritas e milkshakes. A proposta prevê a modificação das atuais leis de marketing. Fernanda Melo Larsen, correspondente da RFI em Copenhague As infrações serão punidas com multas, e um ombudsman de consumo ficará responsável por fiscalizar o cumprimento das novas regras. Segundo a ministra da Saúde da Dinamarca, Sophie Løhde, será elaborada uma lista oficial de alimentos considerados não saudáveis, e o público-alvo dos influenciadores será avaliado com base na idade de seus seguidores. “As crianças são bombardeadas com propagandas de alimentos e bebidas não saudáveis nas redes sociais, e isso contribui para um desenvolvimento preocupante, dificultando a adoção de boas escolhas no dia a dia. Precisamos acabar com esse tipo de marketing para que possamos promover hábitos alimentares mais saudáveis entre as crianças e, assim, prevenir a obesidade e doenças relacionadas”, afirmou a ministra. FiscalizaçãoDe acordo com o Comitê de Negócios da Dinamarca, a multa atual para quem viola a legislação de marketing pode variar de 3 mil a 500 mil coroas dinamarquesas — o equivalente a cerca de 2.500 a 430 mil reais. Para o ministro da Indústria e Comércio, Morten Bødskov, os valores já são significativos. “Hoje temos regras para violações da legislação de marketing, e as multas são altas. Mas, ao ar algum tempo nas redes sociais, fica evidente que há um problema. Influenciadores, em particular, têm dedicado tempo e esforço ao marketing direto para crianças e jovens — e isso simplesmente precisa parar”, declarou o ministro em entrevista a uma emissora de TV dinamarquesa. Proibição na NoruegaA vizinha Noruega já proíbe, desde abril deste ano, a publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis voltada a crianças e jovens com menos de 18 anos, inclusive dentro das salas de cinema. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o marketing desses produtos influencia diretamente as preferências, escolhas, compras e consumo infantil. Dados da Sociedade Dinamarquesa do Câncer indicam que até 80% dos anúncios de alimentos e bebidas com os quais crianças e jovens têm contato no dia a dia promovem produtos não saudáveis, com altos teores de gordura, sal e açúcar — fatores que podem levar não apenas à obesidade precoce, mas também ao desenvolvimento de até 15 tipos diferentes de câncer.
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Após conversa com líder da UE, Trump adia tarifas de 50% contra o bloco até 9 de julho
Após conversa com líder da UE, Trump adia tarifas de 50% contra o bloco até 9 de julho
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O presidente Donald Trump anunciou que está concedendo à União Europeia uma prorrogação das tarifas adicionais de 50% e adiou o prazo para 9 de julho. O anúncio de Trump foi feito na noite de domingo, após um telefonema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Analistas acreditam que as tarifas de 50% são uma tática de negociação de Trump, que contribui para a escalada das já tensas relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos. Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas O presidente americano, Donald Trump, escreveu no Truth Social que havia recebido um telefonema da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, solicitando uma extensão do prazo de 1º de junho para a tarifa de 50% nas importações do bloco. “Concordei com a prorrogação para o dia 9 de julho de 2025. Foi um privilégio fazê-lo”, ressaltou. Von der Leyen afirmou que eles tiveram uma “boa conversa”, mas que a União Europeia precisaria até julho para negociar um acordo. “A Europa está pronta para avançar nas negociações de forma rápida e decisiva”, escreveu na rede social X. É possível que as negociações comerciais entre a UE e os EUA ganhem novo fôlego, mas, se não forem bem-sucedidas, o bloco europeu já sinalizou que pretende implementar contramedidas para compensar os prejuízos econômicos. Na semana ada, o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, disse que qualquer potencial acordo comercial entre Bruxelas e Washington deve ser baseado “no respeito e não em ameaças”. Mas, com Trump, nunca se sabe. A ameaça tarifária pode ser vista como uma manobra já que as negociações com Washington estão praticamente paralisadas. Segundo o jornal britânico Financial Times, os EUA estão pressionando a União Europeia a reduzir unilateralmente tarifas sobre produtos americanos, afirmando que, sem essas concessões, o bloco não avançará nas negociações nem evitará as tarifas “recíprocas” de 20%. Caso as negociações comerciais com Washington fracassem, a Comissão Europeia planeja impor tarifas adicionais no valor de € 95 bilhões sobre uma lista de produtos importados dos EUA. Bruxelas também ressaltou que pretende abrir um processo na Organização Mundial do Comércio contra os Estados Unidos sobre as chamadas tarifas recíprocas, que, de acordo com o bloco, “violam as regras fundamentais da OMC”. Ritmo lentoNo início da semana ada, a União Europeia enviou uma nova proposta a Washington para impulsionar as negociações comerciais com os EUA. Apesar de incluir temas de interesse dos negociadores americanos, a iniciativa parece não ter agradado à istração Trump. Além disso, o Wall Street Journal informou que assessores do republicano disseram que Trump está nervoso com o ritmo lento das negociações, provocado pelas diferentes prioridades dos Estados-membros do bloco. Hoje, a União Europeia enfrenta taxas de 25% nas importações de aço, alumínio e carros dos EUA, além de tarifas “recíprocas” de 10% — que aumentariam para 20% a partir de 8 de julho — para quase todos os outros produtos. De acordo com a Eurostat, as trocas bilaterais transatlânticas atingiram € 865 bilhões no ano ado, o que representa um terço do comércio mundial. Ofensiva protecionistaImpor tarifas alfandegárias mais altas foi uma das promessas de campanha de Trump, que aproveitou o fato de a legislação do país não exigir aprovação do Congresso para anunciá-las após sua posse. Nos EUA, o presidente tem carta branca para aplicar taxas em casos de “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa ou à economia do país. A adoção de uma ofensiva protecionista com ameaças de barreiras alfandegárias para produtos estrangeiros faz parte da estratégia de Trump para reorganizar o sistema comercial global e trazer grandes indústrias de volta aos Estados Unidos. Além disso, o republicano quer reequilibrar acordos comerciais que considera injustos e proteger empregos no país. Para Trump, os EUA registraram um déficit comercial de US$ 235 bilhões com a UE em 2024, o que explica sua motivação em ameaçar o bloco com tarifas. O tarifaço de Donald Trump à União Europeia tem sido mais agressivo do que o esperado, com 25% de tarifas adicionais para aço, alumínio e automóveis. O restante dos bens exportados pelo bloco para os EUA — principalmente produtos farmacêuticos e químicos, chips de computador e semicondutores — sofreria taxas de 20% a partir de abril, mas essas foram reduzidas pela metade durante uma pausa de 90 dias, para abrir espaço para as negociações.
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Quem tem direito à cidadania italiana após aprovação da nova lei proposta pelo governo Meloni?
Quem tem direito à cidadania italiana após aprovação da nova lei proposta pelo governo Meloni?
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A Câmara dos Deputados da Itália aprovou, na terça-feira (20), o projeto que restringe o o à cidadania italiana. Apenas filhos e netos de italianos que até a morte não tinham outras nacionalidades podem solicitar o reconhecimento, independentemente do local de nascimento. A cidadania também pode ser obtida através do casamento. Gina Marques, correspondente da RFI em Roma O pedido agora também só poderá ser feito em uma repartição especial, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, em Roma. A perspectiva é que o processo de transição até a criação do novo departamento demore cerca de um ano. A nova medida afeta milhões de brasileiros e tem o apoio da maioria dos membros dos partidos de direita e extrema-direita que compõem a coalizão de governo da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.   Com a aprovação do texto, que ainda deve ser sancionado pelo presidente, as mudanças determinadas pelo decreto do governo, assinado em 28 de março, se tornam definitivas.  Antes, bastava ser descendente de uma pessoa nascida no país após março de 1861 (data da unificação da Itália), para solicitar a cidadania.  “Nós nos mobilizamos para conversar e para tentar convencer as autoridades italianas do impacto negativo que essa medida tem na relação dos ítalo-descendentes no mundo com a Itália”, explicou o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca à RFI. “Fizemos várias reuniões com representantes do parlamento, deputados e sobretudo senadores", explicou o diplomata brasileiro. Ele diz que também conversou com representantes dos partidos e prefeitos de cidades, principalmente do Veneto, no norte do país, onde há uma demanda forte de brasileiros, "para sensibilizar as autoridades da necessidade de fazer alterações e emendas no projeto inicial”. Mas as iniciativas diplomáticas, diz, não convenceram os parlamentares.  Excesso de pedidos Segundo o ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, os consulados italianos estavam abarrotados de pedidos, principalmente no Brasil e na Argentina. Nos últimos anos, houve também uma série de irregularidades para obter a cidadania italiana, muitas vezes desconhecidas dos solicitantes. Diversos falsos consultores, através de organizações ramificadas entre o Brasil e a Itália, sem sede física, mas muito ativas on-line, conseguiram garantir a cidadania italiana subornando funcionários públicos das istrações locais.  Pressão dos EUAOs políticos da oposição argumentam que bastaria intensificar os controles, com regras claras para agências ou advogados que trabalham com cidadania italiana, e punir os infratores.  A questão é que, segundo representantes da oposição, por trás desta pressa do governo de Giorgia Meloni há um interesse de colaboração com o governo de Donald Trump.  Com o aporte italiano, latino-americanos podem entrar nos Estados Unidos com mais facilidade. "É possível que existam pressões internacionais, principalmente dos Estados Unidos, que querem expulsar milhares de cidadãos latino-americanos. Muitos deles também tem cidadania italiana”, diz Fabio Porta, deputado do Partido Democrático, de centro-esquerda.  O deputado italiano lembra que a Itália vive uma recessão demográfica e o país precisaria “abrir as portas ao reconhecimento do direito da cidadania e não dificultar sua obtenção.”  O declínio populacional no país é ininterrupto desde 2014 devido a vários fatores que contribuem para piorar a situação: nascimentos cada vez mais raros, famílias menores e uma população em constante envelhecimento. 
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Governo Lula espera diminuir resistência ao acordo Mercosul-UE em visita à França
Governo Lula espera diminuir resistência ao acordo Mercosul-UE em visita à França
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O tarifaço do presidente americano Donald Trump pode ser um aliado indireto do acordo Mercosul-União Europeia. Esta é uma das apostas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que espera concluir a do tratado ainda este ano, durante a reunião de cúpula do bloco sul-americano em Brasília. O governo brasileiro espera obter avanços neste sentido durante a visita de Lula à França, entre 5 e 9 de junho. Vivian Maria Oswald, correspondente da RFI no Rio de Janeiro A avaliação é a de que o baque causado pela imprevisibilidade e pelas políticas unilaterais de comércio dos EUA contribua para reduzir as resistências à obtenção de um consenso com os países europeus, principalmente a França.  Este é um dos temas da visita de Estado que Lula fará ao país entre os dias 5 e 9 de junho. A agenda ainda inclui a participação do presidente em um grande evento empresarial e na 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice.  Este é um ano importante para os dois países e para a longa agenda de interesses comuns.   Durante a visita de Estado, Lula se encontrará na capital sa com o presidente Emmanuel Macron, com quem deve discutir a relação bilateral, além de temas como geopolítica, defesa e meio ambiente.   Neste ano, o Acordo de Paris completa uma década. Os ses querem organizar um evento para celebrar a data às margens da COP30, que será realizada em Belém, em novembro.  Na agenda parisiense, o presidente brasileiro deve participar de um evento empresarial “robusto”, cujos detalhes ainda estão sendo negociados.   Embora a corrente de comércio entre os dois países não esteja entre as mais expressivas da Europa, a França possui grandes investimentos no Brasil.   Os dois presidentes também devem discutir o ProSub, resultado da parceria estratégica firmada em 2008 entre as duas nações, no maior projeto de defesa do Brasil, cujo orçamento gira em torno de R$ 40 bilhões.  A agenda de Lula ainda está em fase de negociação. A primeira parte da viagem, a visita de Estado propriamente dita, deve ocorrer de 5 a 7 de junho.   A segunda, entre os dias 7 e 9 de junho, será na cidade balneária de Nice, que sediará a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos. Lula participará, na manhã do dia 9, da abertura do evento, considerado de extrema importância no contexto da COP30.  O acordo Mercosul-União Europeia também estará em pauta. Trata-se de um tema caro ao presidente Lula, que deseja vê-lo assinado até o final deste ano. Para que os europeus aprovem o entendimento, ainda é preciso submetê-lo a duas instâncias fundamentais: o Conselho e o Parlamento Europeus.   No primeiro, é necessário obter o apoio de 15 dos 27 países do bloco, que juntos representem pelo menos 65% da população. No segundo, é exigida maioria simples.  Na avaliação do governo brasileiro, a etapa mais difícil deve ser justamente a do Conselho. No entanto, o cenário internacional e a própria configuração das instituições europeias neste segundo semestre podem influenciar positivamente o acordo.  O Conselho será presidido pela Dinamarca, país mais favorável ao pacto. Segundo interlocutores do governo, mesmo os países que demonstraram maior resistência até aqui — como França, Polônia e Áustria — teriam dado sinalizações recentes de boa vontade.   Plataformas digitaisIsso pode representar o fim de um processo que se arrasta há um quarto de século e um ponto de aproximação entre os dois blocos econômicos, em um momento em que EUA e China disputam espaço na América Latina.  Outro tema que deve estar na pauta de Lula e Macron é o do monitoramento e da transparência das plataformas digitais.   Recentemente, os EUA afirmaram que restringir os direitos dessas plataformas no mercado europeu seria um ataque às empresas americanas. Este é outro assunto considerado fundamental pelo governo do presidente Lula, sobretudo em ano pré-eleitoral. A União Europeia está na dianteira do processo de regulamentação das plataformas, o que também aproxima o bloco do Brasil. 
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Gaza segue em colapso humanitário enquanto Israel lida com crise interna e pressões externas
Gaza segue em colapso humanitário enquanto Israel lida com crise interna e pressões externas
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Os palestinos na Faixa de Gaza aguardam desesperadamente a distribuição de ajuda humanitária nesta quarta-feira (21), enquanto a pressão por parte da comunidade internacional aumenta sobre Israel, que foi acusado de permitir apenas uma pequena quantidade de ajuda no território sitiado, desproporcional às imensas necessidades da população. Além disso, há polêmicas internas que envolvem as declarações de Yair Golan, líder do partido de esquerda Os Democratas, que criticou a postura de Israel diante da população civil de Gaza. Henry Galsky, correspondente da RFI em Israel No Oriente Médio, o momento é de pressão por parte da comunidade internacional sobre Israel em virtude da crise humanitária em Gaza. Israel permitiu a entrada de ajuda humanitária após mais de dois meses de bloqueio. No entanto, a quantidade ainda é considerada insuficiente. Na terça-feira (20), 93 caminhões chegaram ao território. A título de comparação, este volume chegava a 600 caminhões diariamente durante o período de cessar-fogo. Diante da crise humanitária desencadeada em Gaza, o Reino Unido suspendeu as negociações de um acordo de livre comércio com Israel e impôs sanções a colonos da Cisjordânia. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou a situação humanitária em Gaza como "intolerável" e enfatizou que a ajuda precisa chegar ao território "rapidamente". O secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, disse que a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza está prestes a "entrar numa fase sombria" na qual "o governo de Netanyahu planeja expulsar os moradores e permitir que eles recebam uma fração da ajuda de que precisam.  A embaixadora de Israel na Grã-Bretanha, Tzipi Hotovely, foi convocada para prestar esclarecimentos ao Ministério das Relações Exteriores britânico. Já a União Europeia (UE) anunciou que irá revisar o acordo de associação com Israel. Isso porque o bloco avalia que o governo israelense permitiu a entrada de uma quantidade mínima de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, “uma gota no oceano”, conforme definição de Kaja Kallas, a chefe da diplomacia da UE. "O que isso diz é que os países veem que a situação em Gaza é insustentável, e o que queremos é realmente ajudar as pessoas, o que queremos é desbloquear a ajuda humanitária para que ela chegue às pessoas”, afirmou Kallas aos jornalistas. Pressão internacional pode ter efeito interno oposto Em entrevista à RFI, Yonatan Freeman, professor de Relações Internacionais da Universidade Hebraica de Jerusalém, disse acreditar que os apelos internacionais não têm influência sobre os objetivos da guerra, mas sobre o modo de condução do confronto, a distribuição da ajuda humanitária e também a continuidade das negociações em busca de um acordo. Freeman também avalia que a forte pressão internacional pode ter um efeito oposto internamente em Israel, ou seja, de fortalecer a narrativa e a coesão do governo.  "Acredito que quanto mais a pressão [internacional] aumentar, mais forte o governo vai ficar. Haverá a narrativa de que 'o mundo todo está contra nós'. E até pessoas de fora da coalizão podem ficar menos críticas. Se você observar as condenações que os países estrangeiros fazem, muitas vezes se referem aos soldados de Israel, e isso é muito caro a todos [no país]. Ou seja, todos esses elementos podem acabar por fortalecer a coalizão de Netanyahu", analisa.  O Exército é a instituição que conta com o maior percentual de confiança do público, segundo pesquisa divulgada pela Universidade Reichman, de Israel. De acordo com o levantamento, 65% dos entrevistados confiam nas Forças Armadas do país. Em segundo lugar está o presidente de Israel, Isaac Herzog, com 42%; a Promotoria do Estado, 32%; a polícia, 27%; e o Knesset, o Parlamento, com 11%.  Polêmica internaHá muito debate interno e troca de acusações políticas a partir das declarações de Yair Golan, líder do partido de esquerda Os Democratas. Em entrevista ao canal público Kan, ele disse que "Israel está a caminho de se tornar um Estado pária" e que "um país sensato não luta contra civis, não mata bebês por hobby e não tem como objetivo expulsar populações".  As declarações foram recebidas com muitas críticas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que os comentários de Golan são "incitação selvagem" e um "libelo de sangue", expressão que nasceu na Idade Média para definir a acusação falsa de que os judeus usavam sangue de crianças cristãs em rituais religiosos. O líder da oposição Yair Lapid também criticou Golan, rebatendo alegação de que os soldados israelenses matam bebês. Para ele, a afirmação é "um presente para os inimigos".  Yair Golan, o autor das declarações polêmicas, serviu nas Forças Armadas de Israel durante 38 anos e chegou ao cargo de vice-chefe do Estado-Maior do Exército. Diante das repercussões, Golan fez uma conferência de imprensa para explicar seus objetivos.  "Eu me referi única e exclusivamente ao governo de Israel, e não ao Exército. Mas eu me recuso a ficar calado quando este governo prejudica o Exército e sua boa reputação. Um governo que afirma que é preciso deixar crianças arem fome e abandonar reféns. Isso não é legítimo, não é judaico, e não trabalha pelo povo de Israel", disse.  Leia tambémIsrael ignora civis e intensifica atividade militar em Gaza para exercer pressão sobre o Hamas João Miragaya, mestre em história pela Universidade de Tel Aviv e co-fundador do podcast 'Do Lado Esquerdo do Muro', considera que as declarações de Yair Golan são necessárias.  "Eu entendo que a frase tenha sido equivocada. Mas alguém tem que dizer isso em Israel, e precisa ser alguém importante. Os israelenses não podem ficar à margem do que acontece em Gaza sem debater a questão, principalmente quando o mundo inteiro está vendo", disse à RFI.  Negociações estagnadasO primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que, após uma semana de negociações "intensas" no Catar, não houve qualquer progresso rumo a um acordo. Segundo ele, os membros de alto escalão da equipe regressam a Israel para consultas. Mas um grupo de trabalho israelense permanecerá em Doha.  Durante o Fórum Econômico do Catar, o primeiro-ministro do país, o xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, declarou que as negociações chegaram a um ime por "diferenças fundamentais" entre Israel e Hamas.  O Hamas divulgou um comunicado oficial em que afirma que nenhuma negociação séria sobre um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns ocorreu desde o último final de semana. "A presença da delegação sionista em Doha é uma tentativa flagrante do [primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu de enganar a opinião pública global", disse o grupo palestino. 
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Arrependimento pós-Brexit leva Reino Unido a negociar acordo com UE que pode favorecer estudantes e turistas
Arrependimento pós-Brexit leva Reino Unido a negociar acordo com UE que pode favorecer estudantes e turistas
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O governo britânico canta vitória em resposta às críticas ao novo acordo de comércio e defesa que marcam a reaproximação entre Reino Unido e União Europeia. O anúncio foi feito nove anos após o histórico Brexit, que rompeu os laços de Londres com o bloco europeu. Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos britânicos se arrependeu de votar pelo Brexit e é a favor da UE. Mas o acordo é anunciado no momento em que o partido nacionalista e pro-Brexit, o Reform, lidera as pesquisas. Yula Rocha, correspondente da RFI em Londres A geopolítica atual - com a guerra na Ucrânia e a guerra comercial iniciada pelo presidente norte-americano Donald Trump -, levou o Reino Unido a correr de volta para os braços de seus vizinhos na Europa, que deveriam ser, naturalmente, seus parceiros comerciais e de segurança mais próximos. Além de se verem vulneráveis diante desse cenário mundial, a reaproximação com a União Europeia também está prevista para o mandato que elegeu os trabalhistas no ano ado. Primeira vez que um premiê britânico critica o BrexitComo disseram alguns analistas, esse movimento não é uma corrida, mas uma "maratona", ou seja, tem muita estrada ainda pela frente para ser explorada. A ruptura entre os dois lados foi muito grande e impactou profundamente a economia, a saúde, a ciência, a defesa, a educação, a cultura, os pactos jurídicos e até a identidade do Reino Unido como parte da Europa. Leia tambémReino Unido e União Europeia fecham acordo para reforçar defesa antes de cúpula inédita pós-Brexit Pela primeira vez, um primeiro-ministro britânico reconheceu que o Brexit prejudicou a economia, que teve uma queda de 21% nas exportações e 7% nas importações de produtos europeus. Ainda do ponto de vista econômico, esse acordo vai representar apenas a recuperação de 0,3% dos 4% do PIB britânico, perdidos depois do Brexit.  Arrependimentos X nacionalismoOs conservadores acham que o governo trabalhista se rendeu às demandas da União Europeia e aqueles que se posicionam mais à esquerda consideram que o governo continua tímido demais. Keir Starmer se encontra nessa encruzilhada. O primeiro-ministro britânico fez um discurso tentando tirar o foco sobre a polarização causada pelo Brexit, dizendo que chegou a hora de deixar a briga política para trás e enfatizando que esse é o terceiro acordo comercial firmado por ele esse ano, depois da Índia e dos Estados Unidos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu a cúpula em Londres como um "momento histórico", um novo capítulo na relação entre o país e o bloco europeu. O que mais está em jogo nessa reaproximaçãoA volta da mobilidade de jovens poderem trabalhar e estudar no Reino Unido e na União Europeia também está no menu desta retomada. Os trabalhistas evitam a todo custo as palavras liberdade, livre circulação entre fronteiras, mas negociam, por exemplo, a volta dos intercâmbios entre universidades. Isso ainda está sendo negociado e a permanência nos países será por tempo determinado. O fim da exigência de vistos para artistas se apresentarem entre os 28 países da Europa também está na mesa. E ainda, com as férias de verão da Europa se aproximando, a permissão para que os britânicos usem os portões eletrônicos e evitem a fila da imigração nos aeroportos e portos europeus também pode ser acordada. Isso já é um prêmio de consolação para quem gosta de viajar, sejam apoiadores ou não do Brexit.
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Derrota da extrema direita em eleições na Polônia e Romênia traz alívio para a União Europeia
Derrota da extrema direita em eleições na Polônia e Romênia traz alívio para a União Europeia
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A ascensão da extrema direita na Europa ou por um grande teste nas eleições deste domingo na Polônia e Romênia, os dois países mais populosos do Leste Europeu. Surpresa nas urnas romenas com a vitória do prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, que concorreu à presidência como independente, apoiado por uma ampla coalizão centrista. Na Polônia, o candidato pró-Europa Rafal Trzaskowski, prefeito da capital Varsóvia, foi o mais votado e vai disputar o segundo turno no dia 1º de junho. Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas Os resultados das eleições na Romênia e na Polônia têm impacto direto sobre o futuro da democracia na Europa. A derrota da extrema direita na Romênia fortalece a coesão da União Europeia e mantém o apoio romeno à Ucrânia. O centrista Nicusor Dan foi eleito com cerca de 54% dos votos, superando o nacionalista George Simion, que também reivindica a vitória, com 46% dos votos apurados. Na Polônia, a democracia também saiu fortalecida, pelo menos por enquanto. Caso o centrista Rafal Trzaskowski vença o segundo turno, marcado para 1º de junho, certamente irá incentivar a abordagem pró-UE do primeiro-ministro Donald Tusk na política interna do país. Considerada a eleição mais importante da história pós-comunista da Romênia, a vitória de Dan, atual prefeito de Bucareste, é atribuída à alta participação popular, incluindo votos da diáspora romena, estimada em seis milhões de pessoas. A taxa de comparecimento no segundo turno foi de quase 65%, dez pontos percentuais a mais em relação ao primeiro turno. Matemático com formação na Sorbonne, Dan fundou o partido União Salve a Romênia (USR) em 2016, mas deixou a legenda posteriormente. Pró-Europa e pró-Otan, defende a continuidade da assistência à Ucrânia e o aprofundamento das relações com Bruxelas. É descrito como metódico e calmo, com trajetória marcada pelo combate à corrupção e à especulação imobiliária. Apresentou-se como alternativa a um candidato de extrema direita que, segundo ele, poderia desestabilizar o país. Nos últimos dias de campanha, Dan afirmou que a eleição representava uma escolha entre “uma Romênia democrática, estável e respeitada na Europa” e “um caminho perigoso de isolamento, populismo e desrespeito ao Estado de Direito”. Após a divulgação do resultado, George Simion — irador de Donald Trump e nostálgico do ditador Nicolae Ceausescu — alegou fraude eleitoral e afirmou que seus apoiadores estão prontos para protestar. Nova rodada em junhoDesde o retorno de Donald Tusk ao cargo de primeiro-ministro, em 2023, a Polônia tem se reaproximado da União Europeia. Tusk tenta restaurar a ordem constitucional e jurídica do país, após oito anos de governo do partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), marcado por retrocessos democráticos. Nesse contexto, o candidato da Coalizão Cívica (PO) e prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, 53, venceu o primeiro turno das eleições presidenciais com mais de 30% dos votos. Durante a campanha, prometeu liberalizar as leis sobre aborto, proteger os direitos LGBTQIA+, ampliar os gastos com defesa e combater a inflação. A eleição é considerada um teste crucial para o governo pró-UE, que enfrenta o avanço do populismo no país. Trzaskowski enfrentará no segundo turno, em 1º de junho, o historiador nacionalista Karol Nawrocki, apoiado pelo PiS e considerado o candidato favorito de Donald Trump. Com o slogan “Polônia primeiro, poloneses primeiro”, Nawrocki tenta atrair o voto dos eleitores contrários à presença de mais de um milhão de refugiados ucranianos no país. Às vésperas da votação, Tusk acusou “hackers russos” de ataques cibernéticos contra sites de partidos da coalizão governista. Com a guerra na Ucrânia, a Polônia reforçou sua posição estratégica no flanco oriental da Otan e se tornou uma das principais vozes da região contra a agressão russa.
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Coligação da direita moderada é favorita para vencer eleições legislativas antecipadas em Portugal
Coligação da direita moderada é favorita para vencer eleições legislativas antecipadas em Portugal
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Campanha é marcada por internação de líder do Chega e favoritismo da direita moderada nas pesquisas.Os portugueses vão às urnas neste domingo, 18 de maio, para eleger um novo Parlamento, naquela que será a terceira eleição legislativa em apenas três anos. A instabilidade política, provocada por escândalos e disputas partidárias, levou o país a mais uma antecipação do pleito. Lizzie Nassar Valença, correspondente da RFI em Portugal De acordo com diferentes pesquisas, a coligação Aliança Democrática (AD) dos partidos PSD e CDS, de Luís Montenegro, segue na frente com cerca de 34% das intenções de voto, com boa vantagem para o Partido Socialista, liderado por Pedro Nuno Santos, que teria cerca de 27% dos votos. Segundo as sondagens, o Chega seria terceiro partido mais votado com cerca de 15,2% das intenções, e o Iniciativa Liberal pode alcançar entre 7 e 8% dos votos. Se confirmadas essas projeções, a Aliança Democrática teria o maior número de cadeiras, e com a legenda Iniciativa Liberal, poderia ter maioria absoluta na Assembleia. Concorrem às eleições legislativas um total de 21 partidos e/ou coligações, entre ele o Partido Liberal Social, que estreia nas urnas. Mais de 10,8 milhões de eleitores residentes em território nacional e no estrangeiro estão inscritos nas legislativas antecipadas que vão eleger os 230 deputados à Assembleia da República.   Voto em trânsito bate recordeUm dos destaques deste pleito é a elevada adesão ao voto antecipado e em trânsito. Segundo o Ministério da istração Interna, 333 mil eleitores se inscreveram para votar antes da data oficial — um número recorde desde a implementação dessa modalidade. Destes, mais de 314 mil efetivamente compareceram às urnas no último domingo, representando 94,45% de participação. Além do voto em trânsito, também votaram antecipadamente presos e doentes internados, totalizando 318.852 eleitores — o equivalente a 3,44% do total do eleitorado. A taxa de participação foi de 94,4% entre os presos e de 86,29% entre os doentes. Internação durante campanhaA reta final da campanha foi abalada por um incidente envolvendo André Ventura. O líder do Chega foi internado na quinta-feira (15) após ar mal durante uma caminhada eleitoral. Segundo informações do hospital, Ventura sofreu um espasmo esofágico, mas já teve alta médica. Esta foi a segunda indisposição do candidato em menos de 48 horas – a primeira ocorreu na terça-feira, durante um jantar-comício. Apesar de estar fora de perigo, o candidato não deve retornar à campanha, que se encerra oficialmente nesta sexta-feira, 16. A ausência do líder poderá impactar o desempenho do partido na votação. Crise política e nova eleiçãoA nova eleição legislativa foi convocada após a rejeição de uma moção de confiança ao então primeiro-ministro Luís Montenegro. O estopim da crise foi uma denúncia envolvendo a empresa Spinumviva, pertencente à família do próprio Montenegro, que supostamente teria recebido pagamentos irregulares de um grupo de cassinos, levantando suspeitas de conflito de interesses. O caso levou o presidente Marcelo Rebelo de Sousa a dissolver o Parlamento e convocar o novo pleito. No total, mais de 10,8 milhões de portugueses — residentes no país e no exterior — estão aptos a votar neste domingo, em uma disputa que envolve 21 partidos e coligações, incluindo a estreia do Partido Liberal Social.
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Suspeita de interferência russa na campanha eleitoral polonesa aumenta tensão entre os dois países
Suspeita de interferência russa na campanha eleitoral polonesa aumenta tensão entre os dois países
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A poucos dias das eleições presidenciais na Polônia, as suspeitas de interferência estrangeira atingem a campanha eleitoral no país com uma série de anúncios políticos no Facebook. A Meta, controladora da rede social americana, bloqueou as publicidades inadequadas. O governo de Varsóvia acredita que os anúncios fazem parte de uma campanha de desinformação russa.  Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas O alerta do Centro de Análise de Desinformação da Nask, a agência de cibersegurança da Polônia, aconteceu depois de identificar contas recém-criadas no Facebook compartilhando anúncios políticos que teriam sido financiados do exterior. O custo destas publicidades suspeitas excedeu as despesas de campanha de todos os comitês eleitorais durante a última semana.   Os anúncios afetavam os três candidatos principais: o prefeito progressista de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, que está liderando as pesquisas, o candidato do partido nacionalista polonês Karol Nawrocki – o favorito do presidente americano Donald Trump – e o candidato da extrema-direita, Slawomir Mentzen. As postagens tinham como objetivo apoiar um candidato específico e descredibilizar os outros. O governo de Varsóvia diz estar monitorando a situação. Segundo a Nask, a interferência "indica uma possível provocação". "O objetivo também poderia visar a desestabilização da situação política antes das eleições presidenciais”, reiterou a agência. Varsóvia voltou a acusar a Rússia de realizar ações desestabilizadoras, como interferências em eleições, sabotagens e desinformação no país. Antes de bloquear os anúncios políticos do Facebook na Polônia, a Meta havia afirmado não ter visto nenhuma evidência de uma ação estrangeira. Mais cedo, um porta-voz da empresa havia confirmado que os es destes anúncios eram autênticos e que estavam baseados na Polônia. Campeã de ciberataquesA Polônia é o país da Europa mais atingido por ataques cibernéticos, apesar dos altos níveis de cibersegurança. Segundo dados do governo polonês, os serviços militares russos duplicaram a sua atividade contra o país: apenas em 2024 foram registrados mais de 600 mil incidentes. De acordo com um especialista da área, a empresa que gere o serviço de transporte ferroviário no país – que assumiu um papel de destaque na ajuda aos ucranianos desde o início da guerra – sofre dois mil ataques diários. No início do ano,  Varsóvia adotou o programa “Guarda Chuva Eleitoral”, para combater a manipulação eleitoral. A iniciativa monitora as mídias sociais, verifica conteúdos na internet, além de criar relatórios analíticos sobre desinformação e mapear o financiamento de influenciadores. As eleições presidenciais na Polônia serão realizadas no próximo domingo, 18 de maio, e um possível segundo turno está marcado para 1º de junho. Laços estremecidosNo início da semana, a Polônia convocou o embaixador russo e informou o fechamento do consulado da Rússia em Cracóvia, a segunda maior cidade polonesa. A decisão foi tomada após virem à tona evidências mostrando que Moscou foi responsável pelo incêndio que destruiu um dos maiores shoppings da capital Varsóvia - com 1.400 lojas – no ano ado.  O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que foi “um incêndio criminoso ordenado por serviços russos”. Para Varsóvia, este incêndio faz parte de uma “guerra híbrida” travada pela Rússia para desestabilizar países que apoiam a Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que a Polônia estava cortando os laços com Moscou propositalmente, e em revanche, fechou o consulado polonês em São Petersburgo. 
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Atraso em implementar venda legal de maconha na Alemanha prejudica redução de tráfico e crime
Atraso em implementar venda legal de maconha na Alemanha prejudica redução de tráfico e crime
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A Alemanha fumou, tragou, mas ainda não sabe se gostou. Há pouco mais de um ano, o país se tornou o maior da Europa a legalizar a maconha para uso recreativo. Desde abril de 2024, a chamada Lei da Cannabis autoriza a maiores de idade o porte de até 25 gramas da droga e o cultivo de até três plantas em casa para consumo próprio. O balanço sobre o aumento do consumo até agora não é preciso, mas há um consenso de que o atraso na implementação da venda legal impede um dos principais objetivos da lei: enfraquecer o crime e o tráfico. Gabriel Brust, correspondente da RFI em Düsseldorf A intenção do governo alemão é começar a medir o impacto da nova política só depois de 18 meses de implementação e divulgar este estudo em 2026. Mas já há pesquisas e medições independentes feitas por cidades e estados que estão inflamando o debate no país. Ainda há bastante resistência à lei aprovada há pouco mais de um ano, principalmente por parte do partido do novo chanceler Friedrich Merz, que tem viés conservador. Merz chegou a prometer reverter a legalização da maconha caso fosse eleito, algo que se torna agora mais difícil de cumprir, após a formação de uma aliança do novo chefe de governo alemão com a centro-esquerda para governar. Aumento do consumoA cidade de Stuttgart, localizada a 200 km de Frankfurt, é a que reuniu mais dados sobre o consumo da planta. O método utilizado para fazer o levantamento é bastante curioso: o Laboratório Central de Stuttgart coletou amostras dos esgotos para medir a concentração de carboxi-THC, que é o produto de decomposição do THC, a substância psicoativa da cannabis. O carboxi-THC é eliminado na urina e pode ser detectado por até três dias.  O resultado da medição foi um aumento global de 13% da presença da substância nas águas, o que não impressionou os pesquisadores, que consideram que o valor não chega a representar uma diferença relevante. Até porque os dados foram flutuantes, o consumo aumentou bastante no período imediatamente anterior à aprovação da lei, e foi caindo, por exemplo, durante o verão, antes de aumentar novamente no inverno.  Os estudos atuais apontam para uma possível sazonalidade no consumo da droga. Mas só uma medição de longo prazo poderia afirmar com certeza que o aumento significativo no uso é um padrão. Outra avaliação é a do Instituto IFT de Pesquisa em Terapia de Munique, que afirma ter havido um claro aumento no consumo de maconha em 2024. Mas a entidade pondera que não é possível atribuir a constatação diretamente à legalização, já que o número de consumidores vem aumentando na Alemanha ano após ano há mais de uma década. Criminalidade segue ativaUm dos principais objetivos da nova lei era reduzir o poder do mercado ilegal da droga. O problema é que os locais autorizados a vender maconha legal, que são os clubes sociais, estão em processo de formação e poucos obtiveram autorização para começar a comercializar a seus sócios. Das cerca de 450 associações de cultivo registradas, apenas cerca de 80 receberam autorização para começar a vender aos aderentes.  Na Baviera, por exemplo, os primeiros clubes só foram reconhecidos um ano depois da aprovação da lei. Também na Baviera, eles estimam que os crimes ligados à droga sofreram uma redução de 39%, o que é um resultado esperado, já que o porte deixou de ser crime.  Mas há muitas críticas por parte de promotores públicos e da polícia, que alegam que a nova lei exige um trabalho adicional de investigação e dificultaria a condenação de traficantes. A associação de policiais na região da Renânia do Norte-Vestfália considera que a nova lei foi um erro e diz que, por não haver meios legais de suprir a alta demanda por maconha, os grupos criminosos estariam mais fortes do que nunca.  Para os agentes de polícia, o momento da legalização foi mal pensado, com a legalização precedendo a organização adequada do fornecimento legal.   Consumo nas ruasA confusão da legislação não afeta apenas a polícia e os clubes, mas também o dia a dia da população. O consumo de maconha nas ruas, por exemplo, é permitido pela lei a partir das 20h, com a condição de ser feito longe de escolas ou de qualquer local frequentado por crianças. A lei menciona um raio de 100 metros desses estabelecimentos, mas não chega a impor esta distância com precisão.  O resultado é que o consumo de maconha nas ruas alemãs aumentou bastante, e sem o critério de localização. Algo fácil de se constatar através do cheiro forte e característico do fumo da planta.  Em Düsseldorf, por exemplo, se tornou ainda mais comum sentir o odor da maconha ao utilizar o transporte público, com ageiros que acabaram de fumar exalando o cheiro nas roupas. A legalização também parece ter encorajado mais pessoas a utilizarem maconha dentro de casa, e, com isso, um aumento perceptível das reclamações entre vizinhos, principalmente de prédios residenciais, incomodados pelo cheiro forte da fumaça. Leia tambémDescriminalização da maconha: tendência na Europa é de tolerância com usuário
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Trump inicia por Riad viagem focada em acordos econômicos no Oriente Médio
Trump inicia por Riad viagem focada em acordos econômicos no Oriente Médio
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O presidente americano, Donald Trump, aterrissou em Riad nesta terça-feira (13) para sua primeira viagem ao Oriente Médio desde que voltou ao poder. Além da Arábia Saudita, o líder republicano ará também pelo Catar e pelos Emirados Árabes Unidos.  Giovanna Martins Vial, correspondente da RFI no Líbano Trump foi recebido com pompa em Riad, com seu avião sendo escoltado por caças de combate F-15 antes da aterrissagem. O príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman fez questão de acolher pessoalmente do líder republicano ao desembarcar no aeroporto internacional King Khalid.  Acompanhado por poderosos líderes empresariais, incluindo seu conselheiro Elon Musk, o presidente americano inicia desta forma o giro de quatro dias pelo Oriente Médio, no mesmo dia da abertura de um fórum de investimentos entre Washington e Riad.  "Embora a energia continue sendo uma pedra angular de nossa relação, os investimentos e as oportunidades comerciais no reino se desenvolveram e se multiplicaram", declarou o ministro saudita dos Investimentos, Khalid al Falih, antes da chegada de Trump à capital saudita. Interesses estratégicosA escolha dos países a serem visitados por Trump está relacionada aos interesses estratégicos dos Estados Unidos na região - especialmente acordos econômicos e o avanço diplomático de questões como o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a normalização das relações entre Arábia Saudita e Israel.  Um pouco antes do início da viagem, Washington aprovou a venda de US$ 1,4 bilhão em armas e equipamentos militares aos Emirados Árabes Unidos. Já o Catar abriga uma grande base militar americana e atua como mediador central nas negociações com o grupo Hamas na Faixa de Gaza. Na Arábia Saudita, Trump espera assegurar o investimento de US$ 1 trilhão do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman na indústria americana, além de fechar mais de US$ 100 bilhões em compras de armamentos. Paralelamente, o líder republicano quer impulsionar novamente a diplomacia entre países árabes, retomando a ideia dos Acordos de Abraão, firmados ainda no seu primeiro mandato entre Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Israel. No entanto, o envolvimento de Trump com esses países ultraam os interesses nacionais. No mês ado, o segundo filho do líder republicano, Eric, fechou um acordo para desenvolver um clube de golfe de US$ 5,5 bilhões no Catar. Já a Organização Trump tem pelo menos três projetos em andamento na Arábia Saudita, incluindo empreendimentos residenciais e um campo de golfe.  Guerra em Gaza é pano de fundoEmbora Israel não esteja na agenda da atual viagem de Donald Trump ao Oriente Médio, o envolvimento dos Estados Unidos na guerra entre Israel e o grupo Hamas rouba a cena. Na segunda-feira (12), o Hamas libertou o israelo-americano Edan Alexander, que servia o Exército de Israel e era mantido como refém na Faixa de Gaza desde os ataques de 7 de outubro de 2023.  A libertação foi descrita por Trump como um “o de boa fé” do grupo palestino em direção aos Estados Unidos e aos esforços dos mediadores - Catar e Egito - para colocar fim à guerra. "Tomara que este seja a primeira das etapas finais para acabar com este conflito brutal", publicou na rede social X. Apesar disso, a atual istração Trump mantém um alinhamento firme com Israel. Em março de 2025, o governo americano aprovou o envio de US$  4 bilhões em armamentos ao país, contornando o Congresso. A aliança também se manifesta em frentes ideológicas: em fevereiro, Trump divulgou um vídeo gerado por inteligência artificial que simula um resort de luxo na Faixa de Gaza. Em uma das cenas, o presidente aparece ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ambos sem camisa, brindando à beira de uma piscina. O plano de Trump de fazer de Gaza um balneário suscitou forte indignação nos países árabes. Naquela época mais de 55 mil mortes já haviam sido registradas desde o início da ofensiva israelense no enclave palestino. O alinhamento ideológico americano a Israel também se reflete no âmbito doméstico. Em março, os Estados Unidos prenderam o sírio de origem palestina Mahmoud Khalil, ativista com residência legal no país, dentro do campus da Universidade Columbia. Trégua com rebeldes huthisNa semana ada a istração de Trump firmou um acordo de cessar-fogo com os rebeldes huthis, que controlam parte do Iêmen. O grupo armado apoiado pelo Irã contesta a ofensiva israelense na Faixa de Gaza com ataques frequentes a navios comerciais no Mar Vermelho e projéteis que atingiram o território israelense. Nas últimas semanas, os Estados Unidos bombardearam posições dos huthis, retaliando os ataques a Israel e gastando cerca de US$ 1,5 bilhão nestas operações. Com o acordo de cessar-fogo, os huthis concordaram em suspender os ataques com mísseis e drones contra embarcações que cruzam o Mar Vermelho. O compromisso, fechado sem a participação de Israel, parece evidenciar que os Estados Unidos estão priorizando seus próprios interesses econômicos e de segurança marítima, ainda que para isso negociem diretamente com um grupo classificado como terrorista por Trump.
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